A página em branco continua desafiadora, as teclas anseiam por um toque, ora tenso quando a inspiração surge impetuosa, ora terno como nas carícias mais íntimas. Mas a inspiração não é de se entregar a qualquer momento, embora a todas as pessoas. É comumente desprezada ao surgir, talvez por falta de costume ou sensibilidade, aparecendo somente aos outros. Elitizada por um modo de vida que soterra os sonhos, amassa as esperanças, minimiza os anseios, fazendo com que tudo pareça banal, delegando as tarefas criativas a alguns “iluminados”. Como é bom entrar no mundo desses iluminados! Penetrar no mundo suas idéias, mesmo continuando vazios ao sair de lá, sem perceber que semelhante luz, genialidade e mundo fantástico encontram-se, também, dentro de cada um que o mundo dos outros vasculha.
Inspiração
Como a pluma, como a bruma
Quase despercebida, quase sempre ignorada
É a luz de uma vivência, retrato da sua inteligência
Comum a todos nós, como um entre tantos nós
Em um momento rompe o marasmo
Explode com entusiasmo
Nos lança
Em um turbilhão
Fala alto ao coração e este à mão
O desejo liberto se arroga, esperto, se joga
Na mão de quem escreve
Se até um físico pode fazer poesia, quem não pode? Escreva sempre que puder.
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