quinta-feira, 10 de abril de 2008

Máscaras

Estava eu numa das minhas tradicionais voltas pelo centro da minha querida Porto Alegre e fui até uma das minhas paradas prediletas: um dos terraços da Casa de Cultura Mario Quintana. Lá de cima costumo observar o que costumo chamar de “baile de máscaras”. Sim, todos nós as temos. Fico observando lá de cima as pessoas que passam, tentando imaginar quais as máscaras que elas tiram ao chegar em casa. Todos nós buscamos através de roupas, atitudes e comportamentos ressaltar algumas coisas e esconder outras. Às vezes por trás de um semblante agressivo encontramos pessoas sensíveis e delicadas, por trás de um visual delicado, uma pessoa forte e determinada. Todos temos uma parte reprimida, consciente ou inconscientemente, que fica escondida de tudo e todos.

Mas por que essa necessidade de se esconder?

Talvez seja porque tenhamos medo de que alguém possa utilizar as nossas fragilidades em seu proveito. Talvez porque nos assumirmos do jeito que somos nos leve a realizarmos uma autocrítica muito severa. Talvez porque assumindo nossas posturas abertamente possamos ser julgados e estereotipados pela sociedade. Talvez porque assumindo alguns sentimentos possamos estar nos dirigindo a um caminho que nos leve ao sofrimento. Talvez porque quando demonstramos o que sentimos, ficamos à mercê de sermos aceitos, levando a um caminho onde não controlamos o rumo. Talvez porque o medo da rejeição e do sofrimento seja maior do que a força de dar o primeiro passo. Talvez porque o senso comum esteja forte demais na nossa vida.

Muitos outros “talvezes” poderiam ser colocados, muitos deles foram solucionados por uns, mas não por outros. A nossa vida será pautada por diversos deles, alguns facilmente solucionáveis, outros nem tanto. Mas solucionáveis ou não, acho extremamente sadio que as pessoas com discernimento para tanto pensem a respeito dessas questões, e que, finalmente, achem algumas respostas.

Com um bocado de autoconhecimento e autocrítica podemos chegar a um estado de paz interior que nos permita, então, nos ocuparmos de outras questões fundamentais da vida em sociedade, tais como: as desigualdades sociais, os problemas ambientais, problemas político-econômicos, etc.

Então é arrumar a casa por dentro, deixar tudo em ordem, ou ao menos encaminhar a arrumação do que estiver bagunçado, para poder sair de casa sem que as nossas máscaras nos atrapalhem no rumo das novas experiências da vida.

Be happy ... :)