segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Onde Estão os Nossos Líderes?

Escândalos, corrupção aberta, escancarada e ninguém fica vermelho. O bombardeio de notícias sobre falta de honestidade e caráter acaba nos fazendo achar que tudo isso é normal. Quem tem coragem de olhar para o seu filho, seu aluno, enfim, alguém mais jovem e dizer que esse é um exemplo a ser seguido?

Creio que há duas classes de líderes, os inspiradores: poetas, escritores, músicos, artistas em geral que nos fazem pensar. Eles nos inspiram a assumir determinadas condutas e a pensar na vida, dando sentido a ela. Cabe a nós decidir qual deles apreciar, analisar, contestar, reescrever, etc. A sua produção está lá, pronta para ser desvendada, promovendo o nosso crescimento pessoal.

Há também os líderes ativos: pessoas com trabalhos de cunho social, político e econômico que nos mostram como pensar e agir em prol de uma sociedade mais justa e humanitária. São pessoas que independentemente de partido político ou orientação ideológica conseguem fazer com que as pessoas acreditem nos seus projetos e aspirações. Sob essa liderança as pessoas saem de casa, tomam as ruas, lutam por seus direitos, mostram a cara e se arriscam pelos seus ideais.

Quando um país tem líderes desses 2 tipos, o equilíbrio social parece somente uma questão de tempo, já que cada grupo se reunirá ao redor dos seus líderes e ideais reivindicando seus direitos.

Os anos 70 foram palco para uma limpeza geral das nossas lideranças. Músicos, escritores, professores, políticos e todo tipo de pessoa desalinhada com o governo da época foi reprimida. Quando falo de repressão, não falo de mandar Caetano Veloso e Chico Buarque para o exílio. Falo daqueles pequenos líderes que fizeram com que a população se mobilizasse e fosse as ruas protestar em diversos momentos da nossa história. Falo daqueles líderes de sindicatos, grupos comunitários, lideranças pequenas que foram brutalmente torturadas e assassinadas nos porões da ditadura.

O resultado disso tudo é o que vemos hoje, um povo que não participa da vida política do país, tendo verdadeira aversão à palavra “política”, que aceita tudo de cabeça baixa, que assiste seus governantes fazendo de tudo e não resolvendo nada. Resumindo, o brasileiro virou um povo “bundão”, que aceita passivamente tudo o que acontece, que vê as suas economias sendo presas e seu patrimônio ser dilapidado sem reagir.

Cadê os nossos líderes ativos? Sei que eles devem existir por aí em pequenas quantidades, tenho alguns em mente mas não me atrevo a dizê-los com medo de me arrepender depois. Enquanto isso o povão ouve funk do créu (ou algo parecido) e discute futebol e nada mais.

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