terça-feira, 11 de novembro de 2008

Divagando Nostalgicamente

Estava aqui escolhendo a trilha sonora (indispensável) para uma tediosa sessão de correção de provas. Esbarrei em “Noves Fora” do Nei Lisboa (1984). Ao ouvir os primeiros acordes de Mônica Tricomônica bateu uma nostalgia tremenda. Nostalgia eu reconheço muito bem. Dá uma coisa estranha no peito, muda a respiração, ficando mais pausada, como se quisesse inverter o fluxo do tempo e respirar os mesmos ares de novo. O olhar fica vago e os pensamentos perdidos. Parece que tudo foi engolfado pela música e nela desliza. A voz do Nei, suave, embala a marcação destas palavras no papel (sim, eu escrevi isso com a caneta, como fazia há 25 anos atrás).

A ânsia de algo por vir, uma noite sem sono, são fáceis de reconhecer, combater e aceitar. A saudade aguda de alguém que se queira ver. A agonia de ver algo ruim acontecer sem poder fazer nada para evitar. O frio na barriga antes de receber uma notícia que pode ser má. Até mesmo uma paixão, irracional, em que a barriga embrulha, as mãos tremem, a respiração ofega e os joelhos amolecem.

Todos esses sentimentos são bem definidos e reconhecidos pois nos acostumamos a senti-los. Mas e qual será a sensação de ... amar?

Mário Quintana disse que “Amar é mudar a alma de casa”. Alguém arrisca? Alguém acredita? Talvez o amor seja como um fermento que faz com que a alma se expanda e se abra, podendo-se então transferir uma parte dela para uma nova casa, deixando um espaço para abrigar um pedaço de outra (que ninguém garante que será ocupada por quem se deseja). Pois é, não há certeza de nada :( ...

Eta troço complicado...

3 comentários:

Bola disse...

O comentário da trilha sonora me fez lembrar de um CD guardado em minha gaveta, já tinha esquecido dele; fui obrigado a escutar, muito bom; Cena Beatnik, do próprio Nei Lisboa. Fica a dica, se é que não conhece. Abraço

Deep Red disse...

Bem lembrado, faz tempo q não ouço o Cena Beatnik (tive o prazer de assistir o show de lançamento no falecido teatro da OSPA, o Nei entrou de triciclo, muito bom). Vou catar por aqui e reativar, mas previamente já lembro que durante muito tempo a músico "Por aí" ficou grudada na minha cabeça. Abraço

orontes pedro disse...

O ar pesado das salas de aula, o sinal, o professor entregando as provas. Senti saudade.

Ô, tempo!